
Alguns pontos sobre os problemas que afetam a transposição:
A transposição é qualificável sob os aspectos econômico, social e desenvolvimentista como absurda
Nunca se realizou transposição de águas de uma região semi-árida para fornece-la a outra com as mesmas características
Apenas um cálculo ingênuo ou perverso autoriza uma decisão tão temerária. Existem soluções muito mais econômicas e viáveis que a transposição para criar segurança hídrica ao Nordeste excluído do Vale do São Francisco.
O IDH no Vale do São Francisco é o mais baixo do Brasil. Chega a ser pior que o registrado nos municípios que se pretende beneficiar com a transposição.
Desperdício de recursos públicos na ordem de 24 bilhões de reais.
Não conseguirá fornecer água ao nordeste em volume apreciável.
O projeto é aparentemente viável, na prática não existem recursos hídricos suficientes a viabilizar o enchimento dos canais da transposição.
Fique bem claro, que o volume hídrico aproveitável do São Francisco, avaliado pela Codevasf em 360 metros cúbicos por segundo, já se encontram com outorga 335 metros cúbicos. Apenas 91 metros cúbicos estão sendo aproveitados (bombeados) em 224 metros cúbicos pertencem a outros projetos.
Sobram 25 metros cúbicos para a transposição. Um volume irrisório com potencial de irrigação (1 metro cúbico a cada 1.000 hectares) de apenas 25.000 hectares)
A evapo-transpiração sequestrará mais de 60% das águas bombeadas da transposição.
As estações de bombeamento consumirão 15% da capacidade energética instalada em todo o nordeste. O custo inviabiliza a exploração econômica. O usuário não terá como pagar a conta.
Não há um organismo internacional que aprove a obra de transposição, pois não tem viabilidade econômica ou social.
Foram negados financiamentos internacionais, portanto o investimento se dará com recursos da união, subtraindo-os da Nação.
ALTERNATIVAS MELHORES
Perfurações de poços profundos aproveitando-se o lençol freático da região, já amplamente pesquisado e um dos maiores do planeta
Exemplo: Sistema de irrigação do deserto de Nurgev, em Israel
O poços artesianos evitam investimentos em grandes redes de distribuição e perdas por evapo-transpiração.
A perfuração de 300 poços que jorram naturalmente em função da riqueza do lençol freático não gera custo energético
Estudos hidrológicos promovidos pela Codevasf comprovam a viabilidade de aproveitamento do lençol freático em volume de águas superior ao previsto na transposição.
Os poços e as respectivas redes de distribuição local exigem um investimento na ordem de 600 milhões(2 milhões por poços). Poderão ser financiados com recursos internacionais.
A bacia do São Francisco possui, em Minas e Bahia, 2,4 milhões de hectares irrigáveis `as margens do seu leito e um potencial hídrico suficiente para beneficiar apenas 360 mil hectares.
As águas do São Francisco são fator de desenvolvimento da região semi-árida do médio e baixo São Francisco, portanto, inegociáveis
Trata-se de equívoco dizer “ primeiro a revitalização...”, pois admite-se a disposição de negociar a cessão de águas de um rio já exaurido.
EXPERIÊNCIAS FRACASSADAS
Mar de Aral – Casaquistão e o Uzbequistão
Rio Amarelo – China
Rio Colorado – EUA
Rio Ebro - Espanha
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