LIXO: O QUE FAZER ?

Dias desses passando pela Linha vermelha, via expressa que liga a Baixada Fluminense ao centro do Rio, deparei-me com um cenário desalentador. Em plena Baía de Guanabara, um enorme sofá, ia boiando. Logo em frente milhares de garrafas tipo pet, embalagens descartáveis usadas em refrigerantes, davam dimensão ainda maior ao descaso em que passa nossos mares.
Com certeza qualquer pessoa de bom senso fica indignada com o fato, e nem precisa ser ecologista e nem ambientalista, basta ser gente do bem e ter o mínimo de consciência.
Toneladas de lixos são despejadas nas ruas diariamente, parece que as pessoas não têm o mínimo de educação e consciência do transtorno ambiental que suas atitudes podem causar.
O lixo que fabricamos diariamente, vai parar nos (aterros sanitários) esses materiais orgânicos como: papel, alimentos, plásticos entre outros, entram em decomposição e produzem gases que afetam a saúde.
Esses aterros podem gerar até 125 metros cúbicos de gás metano por tonelada de lixo num período de 10 a 40 anos. Se não forem corretamente administrados, os gases ali gerados, podem, também, trazer várias conseqüências ambientais. Exemplo de graves problemas causados por lixões são conhecidos como o da cidade de Campo Grande (MT) e Olinda (PE), as crianças e adolescentes menores de 18 anos chegaram a representar 50% da mão-de-obra nos lixões. Na capital sulmatogrossense, segundo pesquisa da prefeitura 33,3 dos trabalhadores do lixão têm menos de 12 anos.
O trabalho desses meninos e meninas é desumano. Nos lixões, ficam expostos a cacos de vidros, ferros retorcidos, alimentos contaminados por resíduos químicos e até agulhas usadas em hospitais. Segundo o IBGE, 74% dos municípios brasileiros ainda depositam lixo hospitalar a céu aberto. Apenas 57% separam os dejetos nos hospitais.
Não são raros os casos de doenças causadas pela proximidade com lixo. Os pais dessas crianças normalmente são trabalhadores com pouca instrução.Alguns deles trabalham como pintores, pedreiros, domésticos, diaristas, garis, mas não encontraram mais lugar no mercado.Então, começaram a viver do lixo.
Embora os meninos e meninas que trabalham no lixo, não tenham vida de criança, eles não conseguem deixar de lado o hábito de brincar. Entre garrafas e latinhas de alumínio, eles buscam e encontram nos lixões os brinquedos que seus pais não podem comprar.
A busca de soluções para resolver toda essa problemática é um fator de grande importância, mas depende de um processo educacional, cujos resultados só conseguem ser positivos se houver uma modificação nos hábitos das pessoas.
O ecologicamente correto, hoje, não é só tratar o lixo, mas evitar a sua produção desnecessária. Um exemplo prático e cidadão? Evitar aceitar sacola plástica que a maioria das atendentes de farmácia lhe oferecem nas compras mais simples.
“Na verdade não é ético nem moralmente aceitável que uma pessoa cobre do governo ou de seu semelhante aquilo que ela não faz por iniciativa própria. Como reclamar do recolhimento do lixo em seu bairro ou da limpeza da cidade onde mora, se ela ainda joga papel no chão”.