“Tudo que o homem semear disso também colherá”
São oito horas da manhã, presumidamente. Estou chegando à orla de Copacabana, e no exato momento vejo dezenas de meninos de rua que dormem nas areias da praia serem retirados pelos agentes da Guarda Municipal do Rio, e, em seguida , são colocados em um ônibus que segundo informações irá levá-los a um abrigo. Os guardas estão cumprindo as posturas municipais, dali vão cumprir outras e mais outras como é de praxe desses agentes. Copacabana não é um lugar isolado, onde dia-a-dia estamos vendo esses grupos de meninos andando sem destino e sem futuro. No centro do Rio, na Baixada e em outros lugares temos constatado que isso vem acontecendo de maneira implacável. Sendo assim, uma pergunta se faz necessária neste momento: Será que não existe uma política séria para solucionar essa mazela chamada abandono de menores? Em algumas oportunidades conversando com esses garotos, fiquei sabendo que muitos estão ali porque fugiram dos maus-tratos que sofreram em casa. Alguns vêm de lugares longínquos, outros, das comunidades que foram pacificadas pelas Unidades de Polícias Pacificadoras (UPPs), Um projeto do Governo do Estado que inegavelmente está dando certo. A pacificação é um bem que a população local aprova, segundo pesquisas. Por outro lado, o Estado tem que estar presente nas oportunidades de mudança de vida dos moradores dessas comunidades que por muito tempo viveram alijada da lei e de um meio de vida mais decente. O estado tem o dever de mostrar, através de seus programas sociais, que, com certeza, irão gerar oportunidades a esses jovens, que existe uma outra vida, além daquela que eles estavam acostumados a viver nesse restrito mundo, outrora,dominado por um grupo que se achava dono de tudo e de todos fazendo suas próprias leis e ditando regras segundo suas conveniências
Nenhum comentário:
Postar um comentário