
Tanto pai quanto mãe são símbolos de proteção, e qualquer atitude contrária a esse conceito nos machuca profundamente. A sociedade com certeza, gostaria de ter apenas uma resposta para esse caso tão cruel. Gostaríamos de saber, qual o motivo de tanto ódio de uma criança inocente, frágil e indefesa.
A família, como sempre enfatizamos, pode não impedir que um ou mais de seus componentes trilhem o caminho do mal, todavia ela é primordial para o sucesso de cada um de seus membros. E a família Nardoni, horas antes, aparecia no vídeo de um shopping, fazendo compras, e nada foi constatado de errado, ao contrário, a pequena Isabella parecia estar à vontade. O que teria ocorrido naquele intervalo de tempo que custou a vida de Isabella? Quem teria feito tamanha covardia?
Na verdade, todo esse cipoal de coisas ruins que atinge o povo brasileiro já foi descrito outrora. A impunidade, a permissividade, a falta de ética e a corrupção há muito tempo vêm corroendo tal qual um câncer a sociedade brasileira.
“Sinto vergonha de mim... por te sido educador de parte desse povo. Por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade e por ver este povo chamado varonil enveredar pelo caminho da desonra. Sinto vergonha de mim por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser, e ter que entregar aos meus filhos, simples e abominavelmente, a derrota das virtudes pelos vícios, a ausência da sensatez no julgamento da verdade, a negligência da família célula-mater da sociedade. A demasia preocupação com o “eu” feliz a qualquer custo, buscando a tal felicidade em caminhos eivados pelo desrespeito para com o próximo.
Tenho vergonha de mim pela passividade de ouvir, sem despejar meu verbo, a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos “floreios” para justificar atos criminosos, tanta relutância em esquecer antiga posição de sempre contestar, voltar atrás e mudar o futuro. Tenho vergonha de mim, pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer.... Tenho vergonha de minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir, pois amo meu chão. Vibro ao ouvir meu hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar meu suor ou enrolar meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade. Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro! “De tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus. O homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, e a ter vergonha de ser honesto”. (Rui Barbosa)
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