
“Espera do teu filho o mesmo que fizeste ao teu pai”
Sou do tempo em que, se eu ou qualquer dos meus irmãos chegássemos em casa com qualquer objeto logo éramos indagados pela minha mãe, que no mesmo instante queria saber a origem e quem nos tinha dado aquilo. Assim todos fomos criados e doutrinados a só mexer no que era nosso. Ás vezes ficávamos um tanto aborrecidos com aquele “patrulhamento”, porque não tínhamos noção que aquilo seria um dos ensinamentos que levaríamos para o resto da vida, e passaríamos para nossos filhos.
Sei o quanto é difícil educar nos dias atuais. Vivemos numa sociedade na qual a corrupção tomou tal dimensão que virou uma cultura, principalmente no setor público.
No caminho para uma sociedade mais justa, a educação é o principal instrumento. A família e a escola devem interagir juntas. Neste contexto, ambas têm papel fundamental.
Um erro crônico é cometido quando muitos pais deixam só para a escola o papel de educar. Na verdade a função de educar é algo que deve envolver escola e família num trabalho de reciprocidade.
Quando os pais terceirizam a educação dos seus filhos, entregando-os a uma babá ou deixando só para a escola, com certeza as coisas se complicam. A presença dos pais na vida dos filhos é uma necessidade natural, e isso não pode ser negado. Na educação deve haver, principalmente, diálogo. Saber ouvir o outro é de fundamental importância para um convívio harmônico e educador.
Saber o que os filhos estão fazendo e com quem estão andando não é pecado. Pecado é trocar a presença por presentes caros, seguidos por desculpas esfarrapadas chamadas de falta de tempo. O verdadeiro amor não se conhece por aquilo que exige, mas por aquilo que oferece.
Hoje vejo o quanto foi importante a educação que tive. Qualquer educador sabe que educar é um processo contínuo. Paulo Freire nosso maior pedagogo, sempre afirmou que estamos nos educando o tempo todo. “Educar não é cortar as asas, mas, sim direcionar o vôo”
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