
Estamos sempre batendo na mesma tecla, quando dizemos que qualquer projeto feito para melhorar a educação brasileira, primeiro passa pela valorização do professor e de todos os profissionais ligados à escola. Ou seja: professor, diretor, merendeira, inspetores e demais integrantes que envolvam um projeto educacional. Mais uma vez, os professores estaduais do Rio de Janeiro entraram em greve reivindicando questões antigas que nunca foram cumpridas. Entra governo, sai governo esta questão (valorização do profissional da educação) vai sendo delongada. O tempo passa, mas o modo como se trata a educação tem sido o mesmo. O governo tem que ter consciência de que não basta que a educação seja uma prática social. É necessário que alcance na organização social prioridades que ainda não tem. A educação, como prática que capacita o indivíduo a viver de forma autônoma e madura na sociedade, convivendo de igual para igual com seus semelhantes. Precisa deixar de ser tratada como um serviço de segunda categoria de importância subalterna, para tornar-se um setor prioritário, pois da seriedade com que for tratada e dos recursos que dispuser, dependerá em grande parte, a superação dos graves desafios enfrentados pelo nosso país. Muitos aspectos relacionados à escola e a valorização de todos os profissionais da educação devem ser levados em conta neste momento, incluindo o próprio aluno. Neste contexto cabe uma pergunta: o aluno vai à escola por obrigação ou por prazer? Não acreditamos que a escola deva ser tão desagradável que só através da obrigação e da força consiga manter os estudantes dentro de seus muros. Pelo contrário, na medida em que o desejo de aprender e a curiosidade são naturais e universais nos seres humanos, e na medida em que a escola procure satisfazer esse desejo e essa curiosidade, acreditamos que nela os alunos encontrem uma fonte de prazer, de satisfação, de realização pessoal. Se isso não acontece é porque algo deve estar errado. Cabe, então, aos poderes públicos, aos educadores, aos alunos e a comunidade refletir sobre a situação e procurar seguir sempre mais os caminhos que fazem da escola um lugar de prazer e de alegria para todos, além do conhecimento. À educação cabe, por isso mesmo, assumir um compromisso claro e confirmado continuamente na prática da sala de aula, no sentido de um esforço constante que contribua para eliminação da miséria e da fome e para a construção de uma sociedade mais justa. O governo tem a obrigação de saber de tudo isso. No mais: “Não há nada mais poderoso do que uma idéia cujo momento chegou”.
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